terça-feira, 1 de abril de 2014

"asas" (p/ meu pai)

amarelo de van gogh
blues me impele a pintar
chuva estala dedos na batida
e água escorre na telha
entre as teclas do sax

solo sonhado
nos sonos do samurai
como o bardo
como édipo rei
para quem matar é traição

torrente verte mais forte
sobre idolatria de papel
que molha, seca
mas se escreve todo dia
até o sol nascer


campos, 13/10/98

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