vi ao passar um menino
de ponta a cabeça no muro
pendurado por trás dos joelhos
na favela que não mais existe
era bela a imagem, pensei,
e anotei numa borda de mim
na estrada, guiando ao rio
pra viagem sem data a poema
distante de tantas estradas
e destinos e descaminhos
daquele trapézio sem rede
quedei outra vez no menino
e na vertigem que dele me afasta
batida sempre a menos no peito
dois meninos como ele, do quarto
me equilibram entre seus risos
atafona, 04/08/13
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